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Friday, February 25, 2011

C7NEMA entrevista a Carlos Atanes, realizador de ‘Maximum Shame’ - um dos quebra-cabeças do Fantasporto


O realizador Carlos Atanes, já conhecido por alguns espectadores assíduos no Fantasporto, traz-nos hoje a sua mais recente obra, “Maximum Shame”, um convite para uma experiência única de cinema e um desafio ao próprio espectador.
Este é um filme totalmente surreal e diferente, um quebra-cabeças com uma visão alegórica da realidade, transmitida através de um jogo de xadrez, que estabelece uma série de regras simplesmente superficiais, mas infinitamente complexas, um enigma para o público, enquanto as personagens são meras peças do jogo, cumprindo o seu papel.
“Maximum Shame” é um filme distópico sobre o fim do mundo, buracos negros, universos paralelos, xadrez, poder totalitário, dor, êxtase e esparguete, muito esparguete! O resultado é uma obra visceral de ficção científica e uma jornada filosófica por um mundo decadente e minimalista.
Depois de termos entrevistado Carlos Atanes em 2005 por causa de “FAQ”, uma das suas três longas-metragens que já marcaram presença no Fantasporto, o autor fala-nos agora sobre “Maximum Shame”, uma boa aposta para quem gosta de filmes originais e únicos. 

Em 2005, falámos sobre “FAQ”. Disseste-nos que um cineasta devia criar perguntas e não dar as respostas. Será “Maximum Shame” nessa linha?
Sim. As perguntas costumam ser mais estimulantes que as respostas. E se um filme não responde a si mesmo, então não há diálogo com os espectadores. Gosto que seja o público quem “complete” de alguma forma o que vê. “Maximum Shame” pode-se interpretar de várias maneiras distintas, não impõe nenhum ponto de vista. Isto para muita gente será desconcertante. Mas a vida é mais desconcertante e, em geral, mais chata!
De onde é que veio a ideia para “Maximum Shame”?
“Maximum Shame” não é um filme linear. Parece-se, mas na realidade está responder a várias coisas de cada vez. Portanto, não se baseia numa só ideia, mas num conjunto variado de ideias.
Mas ainda que a minha forma de trabalhar, quando escrevo, seja um pouco distorcida e que preste mais atenção aos conceitos abstractos que às, vamos assim chamar-lhes, “histórias humanas”, no final o que me leva a realizar um projecto não são as estruturas vagas que montei na cabeça, mas sim coisas muito mais concretas, muito tácteis, sem um sentido especifico, mas que despertam o meu interesse mais visceral. Neste caso, é o desejo de filmar num ambiente frio e inóspito, com mulheres bonitas com mordaças de metal abrindo as suas bocas de par em par e ansiosas por engolir quantidades delirantes de natas e esparguete. Pode soar um pouco frívolo, mas assim é. Depois com essa base ponho a trabalhar a minha cabeça e vai saindo daí um filme (...)  -  CONTINUA EN WWW.C7NEMA.NET

Carlos Atanes website: www.carlosatanes.com




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